Conheça 8 propostas para tornar a carreira mais atrativa Para ler, clique nos itens abaixo:
- Oferecer salários iniciais mais altos
- Em comparação com outras profissões que exigem curso superior, a docência ainda ostenta as piores médias salariais (veja gráfico abaixo). A conta é simples: como ocorre em qualquer outra ocupação, se a remuneração não compensa, os melhores candidatos podem se afastar. "Aumentar os salários é uma medida que pode fazer efeito a longo prazo, pois atrairá os melhores alunos do Ensino Médio para a carreira", recomenda o economista Naércio Menezes Filho, da Universidade de São Paulo (USP). A dificuldade mais evidente é que a recuperação salarial de toda a categoria exigiria um alto investimento do governo. Também seria preciso aprofundar a opção pela Educação Básica, pois hoje o Ensino Superior recebe proporcionalmente muito mais recursos - cada aluno de Universidade custa, em média, seis vezes mais do que um aluno de 1ª a 4ª série.
- Propor bons planos de carreira
- Em geral, as carreiras docentes no Brasil têm uma progressão muito burocrática, com promoções baseadas quase exclusivamente no tempo de serviço. União, Estados e municípios precisam criar caminhos para o docente evoluir sem ter de sair da sala de aula e virar coordenador, diretor ou formador, como ocorre hoje.
- Melhorar as condições de trabalho
- A falta de condições diz respeito tanto à estrutura material da escola quanto à dinâmica no ambiente escolar, onde a violência é um dos problemas mais graves (veja o gráfico na página seguinte). Um local de trabalho agradável motiva os docentes a seguir ensinando. A solução passa por investimentos na recuperação e melhoria da infraestrutura e na preparação adequada de gestores e professores para se aproximar da comunidade, garantindo que todos aprendam e respeitem o papel social da escola e seu espaço.
- Focar a formação em serviço nas dificuldades em sala
- Apesar de o Brasil investir muito em formação continuada, falta considerar o que o corpo docente de cada instituição deve aprender. "Muitas vezes, não se sabe quem é o professor, qual sua formação e o que ele precisa para melhorar sua prática", diz Maria Auxiliadora Rezende, ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Uma alternativa é planejar atuações dentro da escola e não só em cursos externos. Nesse aspecto, os coordenadores pedagógicos têm um papel central: são eles que identificam os desafios e planejam a formação.
- Oferecer uma boa experiência escolar
- Se o estudante consegue aprender e tem uma boa relação com professores e colegas, tende a pensar mais na possibilidade de escolher a docência. "Precisamos de bons exemplos sobretudo na rede pública, pois é de lá que atualmente vem a maioria dos professores", avalia Marli Eliza de André, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
- Melhorar a formação inicial
- Muitos docentes abandonam a carreira pela frustração de não ajudar os alunos a aprender. As deficiências de formação, que começam na Educação Básica, se aprofundam nas Licenciaturas e nos cursos de Pedagogia - segundo pesquisa FVC/FCC de 2008, apenas 28% das disciplinas da grade curricular se destinam à formação profissional específica. A mudança passa pela transformação dos currículos das graduações de Educação, com mais espaço para as didáticas específicas.
- Resgatar o valor do professor na sociedade
- Por mais evidentes que sejam os problemas relacionados à docência, é necessário tentar equilibrar a cobertura midiática sobre a precariedade do ensino com iniciativas positivas para não desmotivar os futuros candidatos. Pouco adianta enfatizar problemas sem demonstrar possíveis saídas para sua solução. Uma alternativa é ampliar a divulgação dos prêmios existentes, disseminando iniciativas que merecem reconhecimento e podem ser adotadas como modelo.
- Tratar o professor como profissional
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