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domingo, 26 de dezembro de 2010

Autoestima muda tudo

Acreditar na própria capacidade, ter confiança para assumir riscos e aceitar o fracasso. Somente no dia a dia é que seu filho vai aprender essas habilidades tão requisitadas pela sociedade. E o primeiro exemplo dele vem de você, claro

Thais Lazzeri • Fotos Gabriel Rinaldi

Gabriel Rinaldi
Estica, estica, estica e pronto! Só experimentando a criança consegue superar seus limites e, daí em diante, descobrir que é capaz
Quando você pensa em alguém com a tão falada “alta autoestima”, o que vem primeiro à cabeça? Alguém excêntrico no jeito de se vestir, uma pessoa que sabe o que quer e corre atrás, ou até mesmo aquela imagem do nadador em pleno trampolim, com o peito estufado, cheio de si, com toda a vontade do mundo de vencer? Acertou. Autoestima é a capacidade de gostar e de valorizar a si mesmo. Se a criança não desenvolve essa habilidade, pode crescer com a sensação de que não é boa o suficiente e ter dificuldade para lidar com frustrações. É algo que se aprende e se conquista todos os dias e começa cedo. Por isso, a pergunta é: como essas pessoas passaram a confiar tanto assim e si mesmas? Isso é coisa de durar para sempre ou precisa ser conquistada todos os dias?
Ao desejar que seu filho tenha boa autoestima, logo imagina: vou dizer o quanto ele é bom todo os dias. E quando ele começa a fazer descobertas e superar obstáculos o que você mais quer é... elogiar! Mas nem só de elogios se constrói uma autoestima. É preciso dedicar-se, dar atenção, ouvir a criança e suas necessidades. O extremo oposto também pode acontecer: criticar em excesso, ou aquele olhar arrasador sobre a criança, pode taxá-la para sempre. “A primeira noção de autoestima da criança é o olhar dos pais sobre ela, do quanto ela é amada e valorizada na sua singularidade”, diz Maria Inês Garcia de Freitas Bittencourt, professora de psicologia da PUC-Rio.
Quando você estimula seu filho a engatinhar de uma ponta da sala a outra, é muito mais do que apenas dar a oportunidade de ele tentar. Ao ver você ali feliz à espera dele, seu filho entende que acredita em sua capacidade. Mas e se a mãozinha do seu bebê escorregar no meio do percurso? Duas opções. Pode deixá-lo se reerguer sozinho, e aprender sobre superar desafios e a não desistir na primeira tentativa. Ou simplesmente correr para tirá-lo do chão e deixar que a mensagem passada seja: “você não é capaz de seguir em frente”. Mas não é fácil escolher a primeira opção, sabemos.
Se pensarmos racionalmente, claro que a única coisa que você quer é que ele não se machuque. Afinal, é seu dever protegê-lo. Mas o zelo em excesso tira a oportunidade de seu filho lidar com imprevistos e, consequentemente, construir sua autoestima. “A criança pequena tem seu modo de experimentar o mundo e muito acontece a partir da maneira como as pessoas reagem diante dela. Esse repertório faz com que ela queira repetir a dose ou não. É o acúmulo das vivências que vai determinar isso e quem tenta mais, aprende mais”, afirma Marcelo Cunha Bueno, educador e colunista de CRESCER.

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